2018
Info: Commissioned by impuls . International Ensemble and Composers Academy for Contemporary Music, Graz (Austria) – www.impuls.cc
Instrumentation: Fl.; Cl.; Sax.; Tpt.; Hn.; Tbn.; Acc.; Pn.; Perc.; Vla.; Vc.; Cb.
First Performance: Graz, Helmut List Halle – impuls Festival, 2019.02.15, Klangforum Wien, dir. Ilan Volkov
Duration: 8’30’’
Program notes: [DE] [PT] [ENG]
[DE] In meinem Verständnis ist das Nachdenken über die Welt um mich herum der Weg, der mich zu dem Klanguniversum führt, das ich bewohne; damit meine ich nicht die Welt des ständigen gesellschaftlich-wirtschaftlichen/politischen Wandels oder der atemberaubenden, bisweilen beinahe gewalttätigen gesellschaftlichen Wechselwirkungen, die uns (trotz ihrer [un]umstrittenen Bedeutung) praktisch jeden Tag wie ein quasi unvermeidlicher Moment in unserem Sein treffen, sondern und vor allem meine ich die andere Welt, diejenige, in der die Zeit mir beharrlich zuflüstert, dass sie auf sich alleine gestellt nicht existiert, selbst wenn das Leben dennoch nicht darauf verzichtet, eine frenetische, aber auch (im Widerspruch dazu) statische und somit meiner Ansicht nach fast oder tatsächlich unendliche Konstante zu sein (denn dies ist ein Raum, der Herausforderungen stellt).
In diesem Universum bewegt sich meiner Wahrnehmung nach momentan meine musikalische Realität. Eine Erlebnisrealität, die von den einfachsten Wechselwirkungen des Alltags über die sehr vielseitigen gesellschaftlich-kulturellen Gegebenheiten, in die ich mich eingebettet sehe, bis hin zu der imaginären Welt reicht, die mich das sehen lassen will, was ich vielleicht noch nicht hören kann. Die Linien/Abstufungen, die ich implodieren lassen will, die Formen, deren Fusion ich mir wünsche, die Volumen, Farben und Modulationen, die vielleicht nur ein Musiker übersetzen kann, liegen vielleicht (tatsächlich?) noch weit entfernt von meinen Möglichkeiten, aber dahin führt mich/uns der Weg in ständiger Suche und Aufopferung.
[PT] Entendo que a reflexão sobre o mundo particular que me rodeia é o caminho que me faz chegar ao universo sonoro em que habito; não me refiro ao mundo das constantes alterações sócio-económicas/políticas ou o das interacções sociais ofegantes, até mesmo, quase-violentas que, praticamente todos os dias, nos entram pelo ser adentro, como um momento quase-sem-escolha (apesar da sua [in]discutível importância), mas, e sobretudo, refiro-me ao outro, ao mundo onde o Tempo teima em confidenciar-me que não existe por si mesmo, apesar de, ainda assim, a vida não abdicar de ser uma constante frenética, mas também (contraditoriamente) estática e, por isso, a meu ver, quase, ou mesmo, infinita (este sim, é um espaço que desafia).
Neste universo percebo que se move, por agora, a minha realidade musical. Uma realidade de vivências que vão das mais simples interacções no dia-a-dia, passando pelas condições sócio-culturais muito diversas onde compreendo que me insiro, indo até ao imaginário que me faz querer ver o que ainda, talvez, não possa ouvir. As linhas/socalcos que quero implodir, as formas que desejo em fusão, os volumes, cores e modulações, que talvez só um músico pode traduzir, quiçá ainda estejam (estarão?) distantes das minhas possibilidades; mas aí vou/vamos sempre em constante caminho de descoberta e abnegação.
[ENG] I believe that the reflection on the specific world that surrounds me is the path that brings me to the sound universe in which I dwell; I am not talking about the world of constant socio-economic/political changes or frenzied, almost violent, social interactions that penetrate our inner being nearly every day, in a moment that is virtually choiceless (despite its [un]questionable importance); instead, first and foremost, I am talking about another world, a world where Time insists on whispering to me that it does not exist by itself, despite the fact that, nevertheless, life stands firmly as a frantic, but also (conflictingly) static constant, and therefore, in my view, nearly, or actually, infinite (this, indeed, is a challenging space).
I realise that, for now, my musical reality is wandering in this universe. A reality of experiences that range from the simplest daily interactions to many different socio-cultural conditions where I realise I fit into, and beyond, to an imaginary world that makes me want to see what, perhaps, I am still unable to hear. The lines/steps I want to implode, the shapes I wish to merge, the volumes, colours and modulations, that perhaps only a musician can translate, are still (will be?), maybe, far from the possibilities within my reach; but here I/we go, along an ongoing path of discovery and self-denial.