47º Irino Prize

47º Irino Prize

A Irino Prize Foundation (Japão) atribuiu-me o seu 47º Irino Prize.

Como é natural, isto acentua-me a felicidade destes dias em que também celebrei o meu aniversário e concluí, com sucesso, os meus estudos em Genebra! Um belo mês de Novembro, para mim.

A peça que me permitiu esta conquista é a Sequentia, para 9 instrumentos, e escrevi-a durante os meus estudos na Haute école de musique de Genève – HEM, sendo aí apresentada, na Catedral, pelo Ensemble Contrechamps, sob a direcção de Clémence Le Gac.

É sempre bom ganhar, mas não é por isso que ando cá.

Quando enviamos o nosso trabalho para instituições/concursos/chamadas/pessoas-em-geral, etc…, estamos sempre em crer que estamos a enviar o melhor de nós, e aqui, no meu sentir, não foi excepção; mas surpreendeu-me que tenha sido com esta peça (e não com outra) que tenha conseguido ganhar este prémio – e surpreende-me apenas porque quando compus a peça Sequentia estava muito consciente de que o fazia num momento de fragilidade humana (a minha, pois claro) – ainda a sair de um período que tinha sido muito marcado pelos sentires pandémicos, e a trabalhar para ficar tão somente a viver na e para a Arte. Como criar implica sempre um “dar-de-nós” essa fragilidade foi o que me norteou nesta composição. (Não obstante concordar plenamente com Stravinsky quando diz que a sinceridade em música é um sine qua non que não garante nada) admito que esse meu possível “estado” da fragilidade o foi porque houve uma sinceridade total (dentro do que é possível) em deixar escorrer de mim para a vida/música, ou então da vida/música para mim. Não se trata propriamente de uma escolha, é gravitacional: uma força que leva em direcção ao centro do Ser e acontece, por isso, um Estar; logo É-se porque se Está e Está-se porque se É. Nada de novo, portanto.

E ando cá por isso, também!

Bom, tudo isso para dizer que ganhei um prémio e que estou feliz pela estrada percorrida, e p’rá frente é que é o caminho!

The Irino Prize Foundation (Japan) has awarded me its 47th Irino Prize.

Naturally, this adds to my happiness these days, during which I also celebrated my birthday and successfully completed my studies in Geneva! A wonderful November for me.

The piece that allowed me to achieve this is Sequentia, for 9 instruments, which I composed during my studies at the Haute école de musique de Genève – HEM, where it was presented at the Cathedral by the Ensemble Contrechamps, conducted by Clémence Le Gac.

It’s always nice to win, but that’s not why I’m here.

When we send our work to institutions/competitions/calls/people-in-general, etc., we always believe we are sending the best of ourselves, and here, in my view, it was no exception. But I was surprised that it was with this piece (and not another one) that I won this prize—and I am surprised only because, when I composed Sequentia, I was very aware that I was doing it in a moment of human fragility (my own, of course)—still emerging from a period deeply marked by pandemic feelings, and working simply to live in and for Art. Since creation always involves a “giving of oneself,” that fragility guided me in this composition. (Although I fully agree with Stravinsky when he says that sincerity in music is a sine qua non that guarantees nothing), I admit that my possible “state” of fragility was because there was a total sincerity (within what is possible) in letting it flow from me to life/music, or from life/music to me. It’s not really a choice, it’s gravitational: a force that pulls toward the center of Being and, as a result, a Doing happens; so one is because one does and one does because one is (at least in Portuguese makes sense!). Nothing new.

And that’s why I’m here, too!

Well, all of this to say that I won a prize and that I am happy with the path I’ve taken, and onward is the way forward!”

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